No momento da minha morte
meu espírito deve estar calmo.
Que chorem os não lucidos!
Chorem por qualquer motivo
seja triste ou alegre.
Que riam,
e se for possível aquela gargalhada.
Que meu túmulo
armazenem as lágrimas frias,
junto a minha solitude mortal
e sem sombras. . . planar.
Não me privem desta homenagem
fúnebre neste leito eterno de terra e pedra.
Deitada, adormecida
e cercada nesta vigília
por aqueles que ainda caminham
à sombra do tempo.
Pouco à pouco
a casca rugosa do meu corpo
será eliminada.
Serei tragada pela terra escura.
As vozes cavernosas
dos túmulos ecoarão
pelo mundo frio e sombrio.
O medo do caminho
deixa o desconhecido... assustador.
E qualquer coisa é melhor
que as dores dos ossos marfíneos.
Os sinais da nulidade
estão ativos em meu corpo
sem movimentos.
Já não sou tão ranzinza e resmungona!!!
Quero que a vida me presentei
com uma morte serena
mesmo que eu não mereça
e que a minha velhice
tenha sido ou não humilhante.
Janice Adja
Um poema forte, de quem sabe o que pede para a última hora, momento derradeiro.
ResponderExcluirUm abraço, Janice.
Pedro